As pintas, também conhecidas como nevos, são pequenas áreas de pele onde há uma concentração maior de melanócitos, as células responsáveis pela produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele. Essas pequenas manchas podem variar em cor, forma e tamanho, e são bastante comuns. A maioria das pessoas possui pintas desde a infância, e novas pintas podem aparecer ao longo da vida, especialmente durante a adolescência e a gravidez, devido às mudanças hormonais.
Neste artigo, vamos explorar o que são pintas, os diferentes tipos de pintas que existem, como identificá-las e, o mais importante, quando você deve se preocupar e buscar a orientação de um dermatologista.
O que são pintas?
Pintas são, essencialmente, aglomerados de melanócitos. Elas podem ser planas ou elevadas, ter uma coloração que varia do castanho claro ao preto, e podem surgir em qualquer parte do corpo. Algumas pintas são pequenas, medindo apenas alguns milímetros de diâmetro, enquanto outras podem ser maiores. Embora a maioria das pintas seja benigna (não cancerígena), é importante monitorá-las ao longo do tempo, pois algumas podem se transformar em melanoma, um tipo perigoso de câncer de pele.
Tipos de pintas
Existem vários tipos de pintas, e cada uma possui características distintas. Abaixo, destacamos os principais tipos:
- Pintas Congênitas: Essas pintas estão presentes desde o nascimento ou se desenvolvem durante o primeiro ano de vida. Elas podem variar em tamanho, e algumas são bastante grandes. Embora a maioria seja inofensiva, pintas congênitas maiores têm um risco ligeiramente aumentado de se transformar em melanoma.
- Pintas Adquiridas: Também conhecidas como pintas comuns, essas são as pintas que aparecem durante a infância ou a adolescência. Elas geralmente têm menos de 5 milímetros de diâmetro, são redondas ou ovais e possuem uma coloração uniforme.
- Pintas Atípicas (Nevo Displásico): Essas pintas são maiores e de formato irregular, com bordas mal definidas e variação de cor. Pintas atípicas têm um risco maior de se tornarem cancerígenas e, por isso, precisam ser monitoradas com maior atenção.
- Nevo Azul: Esta é uma pinta de coloração azulada ou cinza-azulada, que resulta da profundidade em que os melanócitos estão localizados na pele. Embora o nevo azul seja geralmente benigno, qualquer mudança deve ser avaliada por um médico.
- Nevo de Halo: Trata-se de uma pinta cercada por uma área de pele despigmentada (branca). Esse tipo de pinta geralmente é benigno, mas pode ser um sinal de que o sistema imunológico está atacando o pigmento da pele. Embora raro, pode estar associado ao melanoma.
Quando se preocupar com as pintas?
Embora a maioria das pintas seja inofensiva, é crucial saber identificar quando uma pinta pode ser um sinal de algo mais sério. Para isso, o método ABCDE é amplamente utilizado por dermatologistas para avaliar pintas suspeitas:
- A – Assimetria: Uma pinta normal é geralmente simétrica. Se uma metade da pinta for diferente da outra, isso pode ser um sinal de alerta.
- B – Bordas: As bordas de uma pinta saudável são geralmente lisas e bem definidas. Bordas irregulares, dentadas ou mal definidas podem indicar um problema.
- C – Cor: Pintas normais geralmente têm uma única cor uniforme. Pintas que apresentam várias cores, especialmente tons de preto, marrom, vermelho, branco ou azul, devem ser examinadas por um dermatologista.
- D – Diâmetro: Pintas maiores que 6 milímetros de diâmetro (aproximadamente o tamanho de uma borracha de lápis) merecem atenção. No entanto, pintas menores que mudam de tamanho também podem ser preocupantes.
- E – Evolução: Qualquer mudança na aparência de uma pinta, seja no tamanho, forma, cor ou sensação (como coceira ou sangramento), deve ser avaliada por um médico.
Fatores de risco
Certos fatores podem aumentar o risco de uma pinta se tornar um melanoma. Estes incluem:
- Histórico familiar de melanoma: Se você tem parentes próximos que tiveram melanoma, seu risco é maior.
- Exposição ao sol: A exposição excessiva aos raios UV, especialmente queimaduras solares, pode aumentar o risco de câncer de pele.
- Número de pintas: Pessoas com muitas pintas, especialmente pintas atípicas, têm um risco maior de melanoma.
- Pele clara: Pessoas com pele, olhos e cabelos claros têm menos melanina para proteger contra os danos dos raios UV, aumentando o risco de câncer de pele.
Como prevenir o melanoma?
A prevenção é a chave para reduzir o risco de desenvolver melanoma. Aqui estão algumas dicas:
- Uso de protetor solar: Aplique protetor solar com fator de proteção alto (FPS 30 ou superior) diariamente, mesmo em dias nublados, e reaplique a cada duas horas se estiver ao ar livre.
- Evite a exposição ao sol durante os horários de pico: Os raios UV são mais fortes entre 10h e 16h. Tente ficar na sombra durante esses horários.
- Use roupas de proteção: Roupas, chapéus e óculos de sol podem fornecer uma barreira adicional contra os raios UV.
- Exames regulares da pele: Realize autoexames mensais para verificar qualquer mudança nas pintas e consulte um dermatologista para exames anuais.
- Evite o bronzeamento artificial: As câmaras de bronzeamento emitem raios UV que aumentam o risco de câncer de pele.
Tratamento de pintas suspeitas
Se uma pinta for considerada suspeita durante um exame dermatológico, o médico pode recomendar a remoção e biópsia da pinta para determinar se é cancerígena. A remoção pode ser feita de diferentes maneiras, dependendo do tamanho e da localização da pinta:
- Excisão cirúrgica: A pinta é cortada, junto com uma margem de pele ao redor, para garantir que todas as células anormais sejam removidas.
- Shaving: Para pintas elevadas, o dermatologista pode raspar a pinta até o nível da pele.
- Curetagem e eletrocautério: A pinta é raspada com um instrumento e a base é cauterizada para fechar os vasos sanguíneos.
Se o diagnóstico for melanoma, o tratamento pode incluir cirurgia adicional, radioterapia, quimioterapia ou terapias direcionadas, dependendo do estágio e da localização do câncer.
Conclusão
As pintas são uma característica comum da pele e, na maioria das vezes, são inofensivas. No entanto, estar atento a mudanças nas pintas é essencial para a detecção precoce do melanoma, um tipo grave de câncer de pele. Utilizar o método ABCDE e realizar autoexames regulares pode ajudar a identificar pintas suspeitas. Em caso de dúvidas ou se notar qualquer alteração, procure um dermatologista para uma avaliação profissional.
A prevenção, como o uso de protetor solar e a proteção contra os raios UV, é fundamental para minimizar os riscos associados às pintas e ao câncer de pele. Com cuidados adequados e monitoramento, é possível manter a saúde da pele e prevenir complicações mais sérias.